segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
O ano foi bom, obrigada
Reforcei cada vez mais as coisas nas quais acredito. Mudei de um curso de graduação que eu detestava para um curso que eu sempre quis fazer. Terminei o curso técnico. Conheci pessoas novas na faculdade. Sou reconhecida pela minha competência. Li treze livros, escutei quinze álbuns de música. Entrei em transição capilar. Aprendi milhões de coisas novas e me apaixonei pelo que aprendi. As baixas emocionais do ano, a sensação de impotência e de inutilidade, a dor de cotovelo, tudo isso me ensinou alguma coisa. Minha relação com os amigos foi fortalecida. Minha auto-estima está aumentando gradualmente.
Pro ano que vem eu só desejo que tudo continue, ou que seja melhor. Desejo poder cantar mais, ver mais filmes, aprender a andar de bicicleta. Desejo também mais algumas coisas, particulares e secretas. Mas agora tenho total certeza de que estou bem segura nesta casa e feliz com a minha vida.
Feliz ano novo.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
E não estavas tu (conto)
Ela caminhava pelo campus, cabisbaixa, procurando não olhar para as pessoas ao redor. Pessoas sentadas na grama, sozinhas ou acompanhadas, com amigos ou com namorados. Nada importava mais. Tinha apenas o peso da mochila nas costas e um peso ainda maior dentro de si, o peso que ele deixou ao ir embora. Ele foi embora. E ela já não sabia dizer há quanto tempo, não sabia dizer pra onde ele tinha ido, sabia apenas que ele não estava mais ao seu lado. Não havia explicação, não havia um bilhete sequer, havia apenas o vazio. E ela não entendia. Tantas noites de amor e cumplicidade, tantos momentos de ternura, tantas promessas de não-abandono, e ele sumiu sem explicação. Há uma semana ela já não o via, e no lugar da sua presença brotou essa dor. Será que ele tinha problemas? Será que ele já não a queria mais? E todas as estrelas que eles viram juntos? E as estrelas que ele oferecia a ela como prova de amor?
"Aquela estrela é sua."
"E como você vai pegá-la pra mim?"
"Enquanto ela brilhar para nós dois, ela será sua."
"Então é melhor que seja nossa.
E na noite anterior, a estrela brilhou. No mesmo lugar. Talvez não fosse a mesma estrela, mas isso não importava.
Ela estava sozinha dessa vez.
Escorreram as primeiras lágrimas, as primeiras depois de um bom tempo ocupado com outros afazeres. E, junto com as lágrimas, a chuva que prometia cair há horas. Uma chuva torrencial, que não parecia passível de cessar em pouco tempo. Ela não se importou em se molhar, aquilo era o de menos. Parou, olhou ao redor. Aquelas pessoas, tão ocupadas com seus afazeres e com seus companheiros, se desesperaram com a chuva e começaram a correr para se abrigar. A harmonia, ainda que debaixo do céu nublado, tornou-se caos quando tudo desabou.
Ele não estava lá. Em nenhum lugar que ela pudesse encontrar. Em nenhum lugar onde costumava estar. E ela desejou, como nunca antes, que ele estivesse no meio daquelas pessoas correndo. Queria abraçá-lo em meio à chuva, ouvi-lo dizer que estava tudo bem. Mas isso não aconteceria.
Assim, ela continuou caminhando na chuva. De que adiantava correr? O temporal iria parar em algum momento, mas a sua dor não cessaria enquanto ele não aparecesse.
"Não sei se você me ama ou me engana. Só sei que sinto sua falta, e isso está me matando".
domingo, 8 de dezembro de 2013
Playlist corta-coração
- Pablo - Milton Nascimento
- Esta Tarde Vi Llover (ao vivo no Transversal do Tempo) - Elis Regina
- Um Girassol da Cor de seu Cabelo - Lô Borges (Clube da Esquina)
- Carlos, Lúcia, Chico e Tiago - Milton Nascimento
- Canto Triste - Elis Regina
- Olho d'Água - Milton Nascimento
- Sabiá - Elis Regina
- Valsa de Eurídice (ao vivo no Trem Azul) - Elis Regina
- Barcelona - Freddie Mercury e Montserrat Caballé
(Tem poucos artistas, mas são os que me tocam.)
domingo, 1 de dezembro de 2013
Abobrinha curta minúscula da norma
Alguém completamente normal. Alguém que engoliu sem mastigar - mastigar pra quê? Vou perder tempo com isso? - o ideal de vida que lhe foi ensinado. Estudou a vida inteira em colégios particulares, fez cursinho pré-vestibular e foi coagido pelos pais a cursar medicina. "É o que dá dinheiro", disseram eles.
Há também a história do outro alguém que foi estimulado a fazer um concurso público de nível médio só pra ter "estabilidade". Não importa o quão chato, monótono e repetitivo o trabalho administrativo dele possa ser, o que importa é o dinheiro na conta, não é?
sábado, 16 de novembro de 2013
Elisiana #1
Mas mesmo tendo só isso de você, já transbordo. Já me sinto viva, inspirada e feliz. Transbordo de orgulho e de amor pelo que você foi, pela sua obra, pelo seu jeito de cantar. Me emociono com algumas imagens e canções suas, como nunca consegui me emocionar antes. Você arrancou de mim arrepios que eu acreditava que nunca teria.
Talvez seja amor de fã. Os mais de seis anos já confirmam que não é mera paixão. Mas não é só isso... é uma ligação profunda. Seja lá o que for, eu te amo e você é minha eterna inspiração de vida.
sábado, 9 de novembro de 2013
Vento solar
Estou ouvindo novas músicas (velhas) - leia-se: discos do século passado que eu nunca tinha escutado antes - e fazendo coisas novas. Fissurada pelo jornalismo. Aparentemente minha intuição sobre "minha profissão" estava correta esse tempo todo. Querendo ler mais e mais, sendo a aluna exemplar que eu não fui nos três semestres de Ciências Sociais. Conhecendo gente nova. Reforçando meus velhos laços de amizade.
"Post nubila, Phoebus", diz a frase que quero tatuar um dia. Depois das nuvens, o sol. Se foram as nuvens pesadas na minha vida. ♥
Acho que isso é tudo.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Sempre estar lá
Enfim. Que é importante dar espaço ao outro e compreender a falta de tempo, é. Mas eu ainda dou muito valor à presença. Às brechas na correria da vida, à comunicação constante, ao cuidado, à confiança. Esse é meu modelo de amizade.
domingo, 27 de outubro de 2013
Maravilha estelar
Mas é preciso que você entenda que minha intenção não é ofuscar ninguém, não é ser maior que ninguém. Não pretendo me vangloriar do meu brilho, nem colocá-lo num pote de vidro. Quero apenas brilhar, sabe? Todo mundo pode brilhar. Cada um brilha do seu jeito e assim o céu vai ficando mais bonito.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Maneiras de me irritar:
- Subestimar e deslegitimar a produção de cultura popular brasileira
- Ter síndrome de vira-lata e achar que tudo que vem de fora é melhor
- Reduzir gêneros musicais populares a "mera baixaria"
- Não parar pra refletir sobre a reprodução de discursos opressores
- Achar que a reprodução de discursos opressores é "mera piada"
- Desmerecer o feminismo e demais lutas das minorias
- Encarar uma crítica estrutural como uma crítica individual
- Achar que todo o conhecimento do mundo só pode ser encontrado nos clássicos
- Repetir discurso pré-formatado e dizer que é "só opinião"
- Pertencer a um estereótipo e deslegitimar tudo aquilo que está fora dele
- Achar que não existe música boa hoje em dia
- Achar que só tinha música boa no século XX
- Fazer análises parciais
- Pôr a culpa de todos os problemas no governo do PT
- Ser elitista e demonstrar medo de perder o privilégio
- Não entender os traumas das pessoas
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Apenas isso
domingo, 6 de outubro de 2013
Alvorada
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Observações tortas
Meu feminismo é aquele dos pilares mais básicos: igualdade de direitos para homens e mulheres, fim da cultura do estupro, fim da educação machista que recebemos e que perpetua milhões de estereótipos aprisionadores. Há espaço também para certa interseccionalidade, dentro dos meus limites. Apoio a luta transfeminista, o feminismo negro, a luta LGBT, e sei que há necessidade da existência desses feminismos porque essas pessoas sofrem mais que eu. E sei que não posso falar por essas pessoas, porque de certa forma ainda sou privilegiada em relação a elas, como mulher cissexual, branca - na verdade parda, mas reconhecida pela sociedade como branca -, heterossexual e de classe média. Então vou sendo feminista do meu jeito, tentando aplicar os diversos conceitos na minha vida, pedindo que as pessoas respeitem aquelxs pelxs quais não posso falar.
A ideia é destruir o patriarcado, essa superestrutura opressora. Que prega que a mulher não pode ser livre, nem dona de seu corpo. Que inventa regras mil para a vida das mulheres. Que marginaliza quem não cabe nas caixas de gênero e sexualidade. Que hipersexualiza e discrimina a mulher negra. As diferentes vertentes do feminismo dedicam-se a esse combate de diversas formas. Uma delas é a tão incompreendida misandria: ódio à ideia de homem, à ideia de "macho" que legitima as opressões. Os menos entendidos a tacham de "femismo", o contrário de machismo; e consideram isso tão perigoso quanto o machismo. Ledo engano: o machismo é algo estrutural, a misandria é a reação do oprimido. Outra prática comum é a lesbiandade como posição política anti-patriarcado, bem como as relações livres em detrimento da monogamia.
Acho tudo isso válido, entendo as razões. Só me incomodo um pouco com a postura de algumas feministas em relação às práticas que citei no parágrafo anterior. Algumas pessoas agem como se você não pudesse ser feminista e monogâmica, ou feminista e hétero. Falam como se toda monogamia fosse opressora. Eu acredito numa ressignificação da monogamia, sem dominação e sem ciúme, sem ideia de "propriedade". Acredito que dizer que quem está num relacionamento monogâmico é necessariamente oprimido seja o mesmo erro de dizer que as mulheres islâmicas são oprimidas por cobrir o corpo. É uma limitação.
Mas sim, sou feminista. Com orgulho. E procuro aprender mais sobre, questionar meus privilégios e combater todos esses monstros que nos prendem, limitam e agridem. Não sei se consegui dizer claramente o que penso, mas acho que estou sendo coerente.
sábado, 28 de setembro de 2013
Eu passarinho
Elas eram podadas com suas chantagens emocionais, seus dramas, suas torturas psicológicas e suas mentiras. Um corte a cada vez que você fingia ser o que não era. Menos um pedaço a cada vez que você se recusava a participar do meu mundo.
Cada pedacinho subtraído era recolhido por você para formar suas asas. Mas os pedaços usados já tinham caído no chão, estavam sujos. E foram mal costurados na construção da sua liberdade torta.
Como cansei de fornecer material para isso, quis ir embora e deixar que minhas asas crescessem do zero. E não é que elas renasceram mais lindas? Se antes tinham um tom de cinza, agora são uma mistura de arco-íris e furta-cor. E o mais importante: são muito mais fortes e suportam meus voos mais longos e mais altos. Posso ir para onde quiser. Posso ser o que quiser. E posso encontrar alguém que voe tão alto quanto eu, que possa estar ao meu lado e me deixar ser, sem podar minhas asas. Ao contrário.
E estou tão lá no alto que nada sei do que acontece por aí. Talvez de vez em quando ainda sinta a perda das minhas antigas asas, mas aí lembro que há um mundo enorme pela frente. Não vou mais pousar, nem voltar a voar no seu abismo.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Transbordando aleatoriedades curtas
E transbordo mais ainda quando faço música. Quando canto, quando dou palpite em arranjos, quando me faço ouvir. Ainda que seja num simples karaokê.
Pena que por enquanto só posso ouvir música.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Estrela solitária (poema)
de entrar em cena se aproxima
Olho através das cortinas
e não encontro você na plateia
Triste vida de artista
abandonada no dia da estreia.
Por que essa decisão?
Ciúme do aplauso,
mero descaso
ou medo do meu brilho
invadir sua escuridão?
22.9.13
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Equívocos
Os primeiros insistem que cultura é somente aquilo que a elite ouve, lê e consome, que ritmos musicais e outras manifestações populares não fazem parte da cultura. Que pagode, arrocha e funk são coisas inferiores. Usam diversas justificativas furadas para isso, até mesmo a da "falta de qualidade" das manifestações analisadas, tentando esconder algo que é mera arrogância. Em resumo, eles não gostam porque é coisa de pobre, negro e/ou da favela. São esses mesmos que acham lindo quando uma manifestação cultural da periferia é "embranquecida" e "higienizada" pra agradar a eles. Ou a arrogância é tão grande que nem os permite gostar do que já foi descaracterizado em favor deles.
Já os saudosistas insistem que "música boa é a de antigamente". Sem critério algum. Tendem a romancear toda a música de outrora, inclusive aquilo que em sua época era considerado como lixo musical. Para eles, o pop de antigamente, não importa o quão vazio fosse, é melhor do que o de hoje. Para eles, nada da música de hoje presta. Uma generalização idiota, pois música comercial e música "trabalhada" sempre existiram, e isso pode ser notado numa análise mais criteriosa. A produção fonográfica, aliás, é um grande ciclo. As coisas são as mesmas há um bom tempo, mas ninguém para pra observar isso.
Eu até entraria na discussão sobre como esses dois grupos têm atitudes misóginas (de ódio à mulher) para legitimar seus pontos de vista sobre "música de pobre" e "música ruim de hoje", mas não estou a fim de construir uma argumentação profunda sobre isso. É só uma pequena observação sobre como eu não gosto dessas atitudes. Creio que a verdadeira inteligência esteja em admitir que tudo é cultura. O pagodão é cultura, o funk é cultura, a literatura de cordel é cultura. Você pode desgostar à vontade, mas não desqualifique enquanto cultura. E é sempre bom mergulhar sem medo em tudo o que foi produzido antigamente e notar que ABBA é tão pop comercial quanto Britney Spears.
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Verborragia blue
Então, a vida vai indo. E vou ficando com o que posso fazer no momento: ouvir música. E deixo aqui uma das músicas mais lindas, maravilhosas e perfeitas que descobri esses dias, que causa uma catarse em mim.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Meus dez álbuns favoritos
- Elis (1973) - Elis Regina
- Chiaroscuro - Pitty
- Abbey Road - The Beatles
- The Memory Of The Trees - Enya
- 14 Bis II - 14 Bis
- Agridoce - Agridoce
- Falso Brilhante - Elis Regina
- MM - Marisa Monte
- Cilibrinas do Éden - Rita Lee, Lúcia Turnbull e Tutti Frutti
- She's So Unusual - Cyndi Lauper
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Vinte e cinco fatos sobre Julli
2 - Piano é meu instrumento musical favorito e eu não vejo lá muita graça em violão.
3 - Escrevo historinhas, roteiros e poemas desde os sete anos. Embora os enredos fossem, em sua maioria, bobos, eu fico muito surpresa comigo mesma ao ler essas coisas atualmente. E todas as histórias tinham mulheres como protagonistas.
4 - Concluí um curso técnico em Impressão Offset e faço faculdade de Ciências Sociais. O que uma coisa tem a ver com a outra? Boa pergunta.
5 - Do ano passado pra cá passei a amar as músicas do Queen.
6 - Não aprendi a andar de bicicleta por medo de cair e ralar o joelho. Hoje me arrependo bastante, mas ainda há tempo pra tentar...
7 - Passei a infância lendo e assistindo Turma da Mônica, sempre quis ir ao parque da Mônica... e amo os gibis até hoje.
8 - Gosto muito de tecnologia. Principalmente em se tratando de celulares...
9 - Sou feminista declarada e gostaria muito que as pessoas entendessem o que realmente é isso.
10 - Fico indignada com certas caretices.
11 - Apaixonada pela Elis Regina. Fiz até um tumblr dedicado a ela. <3
12 - Aprendo letras de músicas rapidamente. Isso é bom ou ruim, dependendo do caso.
13 - Tenho um toca-discos muito bom que está subaproveitado.
14 - Quase zerei Silent Hill Origins, parei por falta de health drink na fase do teatro.
15 - A propósito, amo videogame (com preferência por jogos antigos).
16 - Sou agnóstica e não simpatizo muito com religiões em geral. Nada contra seus seguidores, desde que tenham bom senso.
17 - Eu detestava brincar de casinha e não sei fazer atividades domésticas.
18 - Amo demonstrar sentimentos e amo quando fazem o mesmo. Seja alegria ou tristeza.
19 - Detesto gente que se veste com uma armadura de ironia sem motivo.
20 - No meu celular tem de Chico Buarque a Pepeu Gomes.
21 - Não gosto de lavar o cabelo. Acho chatíssimo. Mas lavo. E não tenho paciência pra cuidar, pra fazer 2820276262 cronogramas
22 - Meu jogo favorito é Earthbound, um RPG urbano pouco conhecido dos anos 90.
23 - Elis Regina (muito amor, muito amor) e Freddie Mercury são minhas principais inspirações artísticas e musicais.
24 - Não tenho a menor habilidade pra cortar coisas: de papel a legumes.
25 - Eu adorava brincar sozinha quando criança.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Biscoito do sistema
Tomem aqui um biscoito. Sejam bons garotos. Espero que não se lembrem que tomarão uma rasteira, uma hora ou outra, do sistema que vocês ajudam a legitimar. Até porque as rasteiras e as apunhaladas pelas costas vivem se sucedendo, mas a máscara da hipocrisia se mantém. Não importa que você tenha sido obrigada a ter um filho, que você sacrificou seu futuro e seus sonhos, o que importa é que agora você cobriu tudo isso com a fantasia de "mãe guerreira" e se acha no direito de pisar em todas que querem abortar. Não importa se você se sente aprisionado num casamento, se sua vontade é amar outros homens, o que importa é a sua imagem como pessoa de bem. O que importa é que vocês são "felizes" assim. E são as maravilhas da sociedade, imbecis são aqueles que lutam contra a injustiça que vocês corroboram.
Tomem mais um biscoito e continuem dentro da caixa.
terça-feira, 30 de julho de 2013
Daquilo que me dá nojo
Não, não me refiro à figura de linguagem contida em textos literários, à ironia com propósito, à ironia que tem algum fundamento crítico e está ali para compor um conjunto.
A gente vive numa sociedade cínica e hipócrita. Todo mundo sabe disso. E nessa sociedade, uma das práticas mais comuns entre as pessoas é a aplicação deliberada da ironia. Ironia ácida, com um quê de lâmina cortante. Seu objetivo é exclusivamente ferir, humilhar, fornecer subterfúgios. É esse o grande problema: essas formas de ironia fazem com que as pessoas se escondam usando máscaras. Servem pra dizer "sou melhor que você, não estou nem aí pro que você fala, estou te pisando com o meu salto 15". Os adeptos dessa forma de ironia dizem que aqueles que não gostam simplesmente não a compreendem. "São burros". Mais demonstração de arrogância. "Isso é inveja".
Tenho cortado do meu círculo social quase todo mundo que usa desse recurso. Aqueles que não conseguem ser verdadeiros. Que estão com os pés dos dois lados da calçada, que só conseguem reagir por trás da máscara.
E não é por "ser burra e não entender". É por achar nojento, imbecil e ridículo mesmo.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Uma breve história de mim mesma
Aí a menina meiga cresceu mais um pouco. Fez outros blogs, viveu outras experiências, conheceu outros pontos de vista. Percebeu que suas críticas eram infundadas, que ela não era tão inteligente e revolucionária agindo daquele jeito. Percebeu que estava na mesma situação das meninas que ela criticava, que havia algo maior oprimindo-as. Percebeu que tudo é cultura, que estava sendo prepotente e chovendo no molhado... "Muito fácil agradar as pessoas quando você tem os mesmos preconceitos que estão gravados na mente delas. Muito fácil ser tida como revolucionária quando você só repete de forma mais bonitinha aquilo que todo mundo pensa."
Eis que dali por diante ela se tornou realmente revolucionária, passou a questionar tudo o que a sociedade engessou como certo. Passou a defender o que superficialmente chamavam de imoralidade. Passou a lembrar as pessoas de que existe gente que não cabe nas caixas da sociedade. Passou a cutucar as feridas de todos, porque viu que era necessário fazê-lo.
E foi aí que ela se viu sendo realmente uma peça fora do quebra-cabeça.
E foi aí que ela deixou de ser a menina meiga.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Reticências
terça-feira, 23 de julho de 2013
Estante de bits e bytes
O que não entra
- Livros religiosos: sou agnóstica, né. Não faria o menor sentido.
- Livros de auto-ajuda: acho um tanto desnecessários e babacas. Aliás, ser escritor de auto-ajuda parece um trabalho bem fácil.
- Livros de ficção cujos enredos me parecem babacas de forma gritante: tudo aquilo que cai num clichê, tudo aquilo que é raso e já parece raso ao primeiro olhar.(*)
- Livros derivados de sagas famosas: o principal exemplo disso são os 239353754674 livros eróticos que surgiram pós-Cinquenta Tons de Cinza.
- Best-sellers água-com-açúcar: "A Culpa É Das Estrelas" e afins.
- Livros escritos por autores notoriamente reacionários: Jabor, Narloch, literatura reaça em geral.
- Livros de fantasia: não vejo a menor graça.
- Livros que reforçam preconceitos: auto-explicativo.
O que entra
- Livros feministas: claro, e nem poderia ser de outra forma. ♥
- Literatura brasileira: clássica e moderna, mas de preferência moderna. E se for ambientada historicamente, melhor ainda. De preferência na ditadura militar. Histórias de jovens independentes me atraem também.
- Livros clássicos da literatura mundial do século XX: Orwell, Bradbury, Huxley e afins.
- Livros com mulheres como protagonistas: Acho válido. E fugindo do clichê "mulher protagonista que só liga pra sapatos, homens, maquiagem e compras", por favor.
- Ficções do cotidiano: aquilo que pode acontecer com qualquer um...
- Livros teóricos de Ciências Sociais: de algumas coisas eu tinha que gostar nessa joça.
- Livros teóricos de Jornalismo: pra me acostumar com minha futura área.
- Livros que abordam a temática da modernidade: mídias sociais, incerteza, ambivalência, conexão... Menção honrosa para Zygmunt Bauman, autor que me parece interessante e que eu pretendo ler com afinco.
- Best-sellers de outrora com temática interessante: se encaixam em "ficções do cotidiano".
- Livros com temática LGBT: ainda são poucos, mas espero encontrar mais.
- Livros que discutem sexualidade: é sempre bom.
(*) - Admito que até tenho alguns que parecem babacas, mas são poucos. São só pra distrair a mente mesmo.
domingo, 21 de julho de 2013
Química das preferências gerais
Me atrai a profundidade, a arte de demonstrar o que se sente, de rir tudo que há pra rir e chorar tudo que há pra chorar. Se dar o direito de chorar, se dar tempo pra pensar. Me atrai aquilo que é sincero, a noção de que tem certas coisas que acontecem hoje como aconteceram há anos atrás; mas que ao mesmo tempo muitas coisas mudam. Me atrai a ausência de hipocrisia e de preconceitos...
sábado, 20 de julho de 2013
Joga essa porcaria fora
Não, o mala tecnológico que descreverei não é aquele que fica na mesa do bar, na reunião com os amigos, usando seu smartphone como se não houvesse amanhã. Falo daquele que acha que só os aparelhos mais caros prestam. Aquele que tem uma visão elitista do mercado de gadgets e, sem sequer se dispor a testar os dispositivos de baixo custo, já cospe em cima deles e pisa em quem pensa em comprar um.
Como sabemos, o fato de o Android ser um sistema aberto possibilitou o surgimento de uma infinidade de aparelhos equipados com o sistema, com as mais diversas especificações técnicas, atendendo a todas as gamas possíveis. Dentro desse contexto, surgem os tablets de baixo custo; inicialmente xing-lings mal-acabados, posteriormente produzidos por indústrias nacionais e com configurações aceitáveis.
Eis a situação. Uma pessoa comum, que raramente é hard user, que procura um dispositivo apenas para tarefas básicas e não pretende gastar muito com isso, procura informações sobre o aparelho em questão. Resolve fazer perguntas a pessoas mais "entendidas". Eis que a wild mala tecnológico appears com sua frase pronta: "mano, nada barato presta, compra o Galaxy Tab/iPad" (a escolha do aparelho depende do lado com o qual ele se alinhou). Já chega minando as esperanças da pessoa. Outra situação: a pessoa comprou um aparelho de baixo custo, e depois de um tempo ele quebrou. Algo normal, pois nem mesmo os aparelhos mais caros são campeões de resistência: uma queda errada na hora errada e no lugar errado, e já era. Então, a pessoa vai perguntar o que fazer com esse aparelho. O mala ressurge falando "joga essa porcaria fora e compra um Galaxy Tab/iPad".
Considero isso uma atitude bastante burra da parte desses fanboys. Nem todo mundo quer performance monstruosa, rodar jogos HD ou algo do tipo. Há pessoas que só querem um dispositivo pra tarefas básicas - ler, ver filmes, usar a internet - e que não engasgue na execução dessas tarefas. Creio que a maioria dos tablets de baixo custo à venda no mercado cumpra bem esse papel, porque já passamos da era dos Phaser Kinno com Android 2.2 que travavam só com Angry Birds. Não sei se a atitude do mala tecnológico é preguiça de ver além do nicho dos dispositivos high-end ou mera arrogância, mas seria uma boa ideia se ele se permitisse ficar surpreso com aquilo que os gadgets baratinhos podem fazer.
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Um gosto de sol
Enfim, o fato é que um dia eu acordei, olhei a vida e me espantei. Me olhei no espelho e senti falta da energia que tinha se perdido, das cores que sempre me acompanharam. A sensação de impotência e a falta de perspectivas me roubaram todas as nuances, me deixando em tons de cinza levemente tingidos de sol. Do sol que eu pegava todos os dias na ida e na volta, no caminho que eu seguia para cumprir uma das minhas obrigações não muito interessantes.
Olhei meu reflexo no espelho e deu-se uma espécie de revolução silenciosa. Vontade de estar em contato com tudo que eu deixei pra trás na rotina chata. De rever e re-ter tudo aquilo que tem significado pra mim: o riso, a música que me toca, o ídolo que me inspira, a loucura. A decisão de brilhar, brilhar, acontecer, brilhar, onde quer que eu esteja, ainda que a tarefa a ser cumprida seja uma das piores. Dar o melhor de mim. Criar, dizer tudo que eu tenho a dizer, ser eu mesma. Pôr em prática as coisas que todo mundo julga como "perda de tempo", mas que parecem importantes pra mim.
Mas a parte mais louca dessa revolução se deu no dia que eu vi a minha imagem refletida e pensei "sua linda". Passei a me amar. Sentada no ônibus, vendo a mim mesma no espelhinho côncavo, com o cabelo preso para trás - penteado que eu nunca gostei de usar -, me achei bonita. Agora me sinto poderosa, pronta para encarar o mundo inteiro e sem me preocupar tanto com pequenas questões de auto-estima. Também parei de me preocupar com minha eventual solidão. Há tanta vida lá fora, há tantas mil possibilidades, por que eu vou pensar numa parte tão pequena do jogo da vida que é essa de estar acompanhada por alguém?
Se isso é só uma fase, eu não sei. Tenho só uma certeza: não se trata de um sorriso amarelo, e sim de uma grande gargalhada. Daquelas de deixar a barriga doendo e os olhos lacrimejando de felicidade.
terça-feira, 16 de julho de 2013
Satirizando a fofura (e a submissão)
Meu coração dispara, há um nó na minha garganta, você me enfeitiçou por inteiro e sinto que devo me entregar a você. E só a você. Não saberei lidar com a hipótese de te perder. Acho que eu morro, ou mato quem estiver no meu lugar. Ou te mato. Parece doentio, mas é só amor, não leve a mal! Pode fazer o mesmo comigo, até porque eu sei que a probabilidade disso acontecer é bem pequenininha. Você morreria por mim, eu por você. Romeu e Julieta. Somos um casal perfeito.
Dizem que você não me deixa viver. Dizem que você me pressiona. Dizem que você segue todos os meus passos, que você não tem noção, que você é perigoso. Do nosso amor a gente sabe, o nome disso é carinho e atenção! Dizem que você é muito ciumento, eu chamo isso de cuidado. O que importa é que quando eu estou com você me sinto feliz. Me sinto melhor que todas as minhas amigas solteiras. Acho tudo lindo e fofo.
Pode deixar, querido, eu vou pra sua casa hoje. Eu tenho medo de tentar isso, mas o amor é mais forte que tudo, maior até do que a dor que eu posso sentir. E essa dor não pode ser mais forte do que a dor de te perder porque eu não quis te satisfazer. Afinal, meu corpo te pertence. E voaremos juntos pelo infinito...
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Alfinetada de observação #1
Elis Regina, tida por grande parte do público e da crítica como a maior cantora do Brasil de todos os tempos, falecida há trinta e um anos, deixou três herdeiros. Entre eles, Maria Rita, única mulher, filha caçula. Eis que Maria Rita cresce, torna-se cantora e as comparações com a mãe são inevitáveis. Surge, naturalmente, um exército de fãs: tanto os órfãos da Elis quanto a juventude que quer ouvir algo além de pop enlatado.
Também naturalmente surge uma corrente contrária. Uma corrente que considera que Maria Rita não merece muita atenção, que não é nem a metade do que a mãe foi, que é medíocre e plástica. Essa corrente, formada em sua maioria por fãs da Elis, possui certo conhecimento de causa para afirmar isso. Questão de gosto, normal. Alguns que apenas implicam com a herdeira se juntam a essa corrente para engrossar o coro.
O grande problema está na reação dos fãs da Maria. Às vezes eles enxergam as críticas ao seu ídolo de forma esdrúxula e limitada. Chegam ao cúmulo de afirmar que isso é por medo que a mãe perca seu lugar na música para filha: argumento furado em tantos níveis que eu nem sei por onde começar. Por não conseguirem lidar bem com críticas, por acharem que tudo é implicância de meros saudosistas, partem para esse tipo de argumento. Pois eu digo: não é bem assim.
Digo com propriedade, estando do lado dos que não acham a Maria Rita grande coisa e sendo fã da Elis: não se trata de medo, nem de mera implicância. Eu e muitos outros fãs da Elis consideramos a Maria uma cantora fraca em vários aspectos. Por isso a criticamos como criticamos qualquer outra. Os fãs da Maria que insistem na ideia de que é "mero recalque", pelo contrário, parecem bastante inseguros do talento da sua diva. Seria imaturidade ou um medo lá no fundo das críticas serem verdadeiras?
Aos fãs da Maria Rita, só digo uma coisa: tenham perspectivas mais realistas. Para mais ou para menos. E se forem se exaltar e entrar no debate, procurem argumentos coerentes.
domingo, 14 de julho de 2013
Oito, oitenta, oitenta e oito
A única coisa que muda é a forma que cada um é julgado por tentar acalmar a própria dor. Suicidas são fracos, viciados em comida não são saudáveis, ricos que morrem de overdose são "pressionados pela fama", pobres que morrem de overdose "sustentam o tráfico", viciados em televisão são desocupados... Tenhamos um pouco mais de empatia e lembremos dos nossos momentos de sombra antes de aplicar essa moral torta.
sábado, 13 de julho de 2013
Lira do abandono
à calmaria satisfatória
de um amor maduro
preferiu a agitação sombria
ao refúgio mais seguro
preferiu a vida vazia
preferiu ficar sobre o muro
andando pelas noites frias
e pelos becos mais escuros
preferiu se achar livre
mal sabe, porém
que o caminho é duro.
18/3/13
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Química das preferências artísticas
Nada disso me atrai. Na verdade, certas coisas citadas acima chegam a me enojar.
A intensidade, a verdade, as coisas densas, o grito de "não", o canto para fora, a diferença, a loucura individual, o "não se dobrar", a originalidade, a música pra sentar e parar pra ouvir... Isso sim me atrai, e muito. E é por isso que eu vivo. E é isso que eu quero fazer.
E não é porque todas aquelas coisas não me atraem que eu quero que elas deixem de existir. Ou que quem as faz deixe de existir. Elas simplesmente não me atraem.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Máscaras e bicicletas
I
- Desculpa, menina. Eu sei que você queria que eu consertasse a bicicleta. Eu juro que tentei. Levei-a num mecânico e tudo. Mas não deu, ele disse que não tinha jeito... Agora, mais desculpas, por favor, eu te suplico. Achei que seria melhor ficar com a bicicleta pra mim. Eu me encaixo muito melhor com ela.
- Mas... Mas...
- Promete que não vai ficar chateada?
- ...
II
A bicicleta me leva aonde eu quero ir. Mas só me leva quando quer. Me machuca a maior parte do tempo, a corrente prende no meu pé e o selim me incomoda quando eu sento. Eu sofro. Por que eu fui me apegar a ela?
terça-feira, 2 de julho de 2013
Abóbora vermelha lacrimejante
sexta-feira, 28 de junho de 2013
O marasmo da vida
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Abobrinha de cura
"O passado é uma roupa que não nos serve mais".
domingo, 26 de maio de 2013
Carta ao ídolo maior.
Podem passar os anos, podem surgir outros timbres e outros risos, mas você sempre estará lá. Na arte e na vida. E todos sabem disso, todos sabem da sua importância, para mim e para esse país tão carente e tão sedento de consciência, verdade, loucura, lucidez e talento. Ainda que eu não tenha te visto, que eu não tenha te conhecido e que não tenha vivido no seu tempo, eu te admiro profundamente. Ainda que você não mais exista fisicamente, eu sinto sua presença. Ainda que me chamem de louca, eu te amo. Afinal, levo como um ensinamento de vida algo que você mesma disse (além de milhões de outras frases igualmente tomadas como lemas): "viver é ótimo e loucura é fundamental". Cada um de nós tem sua própria loucura, não é?
Você sempre vai ser a voz do meu mundo, baixinha. Muito obrigada por ter existido.
sexta-feira, 24 de maio de 2013
Abobrinhazinha
"Você é muito utópica, Juliana."
"Você é muito chata, Juliana".
Sim, e com orgulho.
sábado, 18 de maio de 2013
Mais uma vez, mais de uma vez
sexta-feira, 10 de maio de 2013
Nada a ver: um review de algo bem diferente.
Hoje me pus a experimentar o Android 4.0, Ice Cream Sandwich, em meu celular (Sony Ericsson Live With Walkman). Sempre li internet afora que era uma atualização problemática para o aparelho, que tinha alguns bugs, que tinha coisas malfeitas, e isso me deu certo medo de instalar logo de cara. Mais tarde descobri outras questões relacionadas: havia duas compilações (a .431 e a .587), e uma era mais problemática que a outra; as pessoas que reclamavam dos problemas da atualização tinham instalado pelo programa proprietário da Sony e não tinham feito root no aparelho para eliminar os programas indesejados; havia formas de solucionar os problemas usando de conhecimento de desenvolvedor.
Passei um tempo sem ligar pra isso. Até que entrei num grupo sobre o aparelho, no Facebook, em espanhol. Lá as pessoas debatem, mostram suas modificações, dão sugestões... A curiosidade surgiu, e com ela a pulga atrás da orelha. Vi que havia um jeito certo de instalar o ICS no meu celular, sem ter tantos problemas. Orientada pelas pessoas do grupo, dediquei a minha tarde de hoje a atualizar o celular e tentar ver se era esse monstro todo que diziam. E assim o fiz. Planejava passar uma semana com ele.
Aí é que vem a novidade: não aguentei nem cinco horas. Achei tudo muito esquisito. É na versão anterior, Gingerbread, que meu celular mostra todo o seu poder. Ouvi dizer que o ICS era lento: não é lento. Mas me parece no mínimo esquisito, desengonçado, parece não encaixar direito no aparelho. É inegável que a aparência muda pra melhor, e que o celular fica usável. Mas é muito diferente. Como se o Gingerbread escorregasse sem medo num tobogã e o ICS ficasse se segurando nas paredes.
Então resolvi voltar ao meu bom e velho Gingerbread que vai continuar tendo certo suporte por mais um tempo, graças aos donos de celulares "populares". Caso seja estritamente necessário, caso o suporte ao GB suma, volto ao ICS daqui a alguns meses já com todas as armas para domá-lo e usá-lo da forma mais proveitosa possível. O problema é eu me acostumar... porque tá difícil.
Em resumo: o ICS não é esse monstro todo, mas também não é maravilhoso. Não pra mim.
Este post se refere ao ICS liberado para o Sony Ericsson Live With Walkman, e não a todas as compilações do sistema no geral.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
Dois lados, né.
domingo, 28 de abril de 2013
Mini verborragia do amor pelos amigos
domingo, 21 de abril de 2013
Placebo
sábado, 20 de abril de 2013
A bruxa que assombra a menina-mulher azul
"O solidário não quer solidão".
Que a menina me dê a mão agora que a tristeza me alcança.
sábado, 30 de março de 2013
Anel de latão
sábado, 23 de março de 2013
Anúncio no jornal
sexta-feira, 22 de março de 2013
Um desabafo de uma feminista exausta.
Pensar que eu tô vivendo num mundo no qual a mulher é tida como inferior a ponto de não merecer respeito apenas por ser humana. Pensar que eu tô vivendo num mundo no qual gays são considerados anomalias. Que eu vivo num mundo de merda no qual, mesmo que eu use todos os contraceptivos possíveis, pode ser que eu engravide e seja OBRIGADA a ter o filho. "Ah, não se cuidou, vai ter que criar a criança". Não importa que esse filho bagunce toda a minha vida, os planos e objetivos da mulher não importam. Importa só a vida do bebê - até que ele nasça, que fique bem claro, porque depois ninguém tá nem aí se ele vai ser bem criado.
Eu vivo num mundo no qual as pessoas acham mesmo que saia curta e foto sensual na internet são motivos para ser estuprada. No qual os homens são criados como trogloditas, que precisam de sexo pra aliviar os instintos, sem o uso da razão. No qual não há amor ao próximo, não há consideração com a vida do próximo DE VERDADE, e sim uma moral torta que acha que alguns simplesmente merecem sofrer. No qual gays são espancados por serem gays, mulheres são tratadas como objeto e a voz que reclama contra isso é esmagada com gritos de "ah, os oprimidos somos nós". Os opressores se acham os oprimidos porque eles não sabem o que nós sofremos. É muita cara de pau.
Eu vivo num mundo cheio de absurdos. E embora eu saiba que ainda há a esperança de mudança, no momento, em mim, essa esperança está em cinzas. Estou profundamente triste e revoltada com tudo isso, pode ser que eu demore a sentir vontade de ir em frente. Só quero que alguém me entenda e me diga que eu não estou sozinha.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
let go
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Dissimular (poema)
Insana angústia inebriante
Viver ao redor de falsos brilhantes
Sendo uma pedra de raro valor
Fascinante
Essa existência perigosa
Onde é tão audaciosa
A vontade de apenas ser
Parecer
Superfície sem conteúdo
É o que parece ser tudo
Nesse mundo que achamos conhecer.
9 jan. 2011
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Arco-íris
Quando me acomodei à chuva
Seria errado eu acreditar no sol
Sabendo no fundo que ainda há chuva
Quando eu não quero ver o sol
E fico desejando a chuva
E tenho medo da chuva
E fico no mormaço.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Playlistzinha: músicas difíceis de cantar
(preguiça de colocar os links...)
Verborragia muito louca
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Playlist: videogame music
(Ordem: Nome da música - Jogo ao qual ela pertence)
A partir desse post, as playlists terão links para as músicas no Youtube.
Because I Love You - Earthbound (SNES)
Lavender Town - Pokémon Red/Blue/Yellow (GB) (muitos acham que ela dá medo, eu a adoro)
Wisdom Of The World - Mother/Earthbound Zero (NES)
Dark World - The Legend Of Zelda: A Link To The Past (SNES)
Marble Zone - Sonic The Hedgehog (Mega Drive)
Threed, Free At Last - Earthbound (SNES)
Intro - Super Mario Bros. The Lost Levels (SNES)
Great Fairy Fountain - The Legend Of Zelda: A Link To The Past (SNES)
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Playlist de infância
Músicas que me lembram minha infância. Músicas que marcaram essa época da minha vida com caneta permanente... Que tocavam no rádio, que estavam em CDs daqui de casa. Uma playlist eclética, uma amostra do quão diversas passariam a ser minhas bases musicais.
Frases que me tiram do sério:
- Mas você é mulher.
- Ouça no fone de ouvido.
- Fica aí vendo essas coisas no Facebook e nem sabe do que se trata.
- É só uma piada.
- Esses gays fazem tudo pra aparecer.
- Tira essa música chata daí.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
"...just trying to get it right..."
Ironicamente nossa história acabou por fazermos o contrário do que a nossa música dizia. Por não termos cuidado, por não termos paciência, por não termos mais esperança. Por eu ter visto as páginas da nossa história rasgadas e jogadas no chão. A canção poderia ser levada literalmente agora, tomada no sentido da recuperação da crise. Mas não foi. Não havia por que acreditar.
E o que restou foi só a lembrança amarrada à música.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Entreouvido
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Meninas de 12 anos descobrindo o mundo...
Um dos "memes" modernos que pipocam por aqui e por ali no facebook é aquele que diz "meninas de 12 anos chorando por amor e eu ainda nem sei fazer tal coisa". Mudam algumas palavras, mas a estrutura é a mesma. O subtexto é "oh, essas meninas são umas vadias, o mundo está perdido, eu sou tão ingênuo e elas sabem mais que eu". Esse negócio me incomoda profundamente. Pra começar, só se fala das meninas. Raramente são postadas imagens que citem meninos, ou crianças no geral. Segundo, há uma ideia - errônea - de que meninas de 12 anos não deveriam se apaixonar, descobrir a vida, sofrer por amor, porque são apenas crianças. E que aqueles que compartilham essas postagens são "melhores" por serem mais ingênuos que elas, ou porque aos 12 anos não faziam tais coisas citadas.
O meu recado é: deixemos de hipocrisia. 12 anos é a idade-limiar entre a infância e a adolescência, época na qual se experimenta muita coisa. Meninas e meninos sentem atração física, se apaixonam, fazem descobertas, quebram a cara... Não se deve considerar isso como uma coisa errada, na minha opinião. Aos doze anos de idade eu me apaixonei e sofri por amor. Normalíssimo. O problema não está nas crianças de 12 anos que se apaixonam, está na hipocrisia e no falso moralismo de pessoas que compartilham essas coisas. E se você acha legal exaltar essa sua pseudo-ingenuidade, só lamento por você.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Crianças coloridas
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Verborragia do cansaço
-
E já que é pra falar de cansaço, será que é tão difícil perceber que eu cansei, moço? Cansei desde aquela despedida. Ou desde o momento no qual percebi que era necessário me despedir para não sofrer mais. Aquilo que eu sempre disse é pura verdade: uma vez desfeitos os laços, nenhuma tentativa de refazê-los seria aceita, caso o processo fosse doloroso. Nosso jogo terminou, infelizmente ou felizmente. Espero que você canse de insistir também.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Eu só queria enxergar. (conto)
Sentei na mureta que separava a pista da praia. As ondas quebravam nas pedras e eu precisava de um alívio, uma distração, um passatempo. Então, pus-me a observar aquele mar azul, espelho do céu, que tanta gente adorava, que era vendido como a coisa mais bela desse mundo. Olhei. Olhei. Não vi. Não enxerguei essa beleza toda. Que sentido havia, afinal, em um monte de água que vai e volta?
Lembrei que, quando criança, adorava o mar. Aos domingos, ia para a praia com meu pai e minhas irmãs e me divertia com castelinhos de areia e mergulhos frustrados. Meus castelos sempre caíam uma hora ou outra; e meu pai dizia que eu não sabia encontrar o ponto exato na mistura de água e areia para manter a firmeza. "Quando você descobrir, encontrará o sentido da vida: o ponto certo, o equilíbrio". Aquilo não fazia muito sentido para mim.
Mas agora entendo bem o que meu pai queria dizer. Numa tarde de domingo, igual a tantas outras que vivi ao lado dele, quinze anos depois, eu chego à conclusão de que ainda não encontrei o tal equilíbrio. E talvez não encontre. Ando bastante triste e apática. Tento me esconder usando máscaras, saindo para beber com os amigos, querendo tudo para agora. Beijos instantâneos, amizades passageiras, noites fugazes. Vida morna. Pra mim não faz sentido algum buscar uma felicidade que eu não sei se existe. O mundo até poderia acabar e eu permaneceria inerte. Sou uma mulher derrotada.
Aí eu me lembro dele. Aquele rapaz. Tão lindo, tão gentil, tão necessário. Aquele com o qual eu tenho milhões de discussões filosóficas, aquele que pensa no futuro em contraponto à minha visão imediatista da vida. Tão sutil quanto uma melodia trabalhada em dois acordes. Eu não sei se o amo, não sei se seria capaz de largar minha forma de vida para ficar com ele. Mas ele às vezes me faz pensar que eu descobri o equilíbrio. Então reformulo o meu pensamento: o mundo poderia acabar hoje, mas eu adoraria estar com ele. Dançando.
Esqueci as regras do jogo.
Não sei se um dia eu realmente soube essas regras. Não sei se eu as punha em prática corretamente, apesar do pessoal não ter se queixado. O que sei é que eu as esqueci, e como isso dói...