sexta-feira, 22 de março de 2013

Um desabafo de uma feminista exausta.


Pensar que eu tô vivendo num mundo no qual a mulher é tida como inferior a ponto de não merecer respeito apenas por ser humana. Pensar que eu tô vivendo num mundo no qual gays são considerados anomalias. Que eu vivo num mundo de merda no qual, mesmo que eu use todos os contraceptivos possíveis, pode ser que eu engravide e seja OBRIGADA a ter o filho. "Ah, não se cuidou, vai ter que criar a criança". Não importa que esse filho bagunce toda a minha vida, os planos e objetivos da mulher não importam. Importa só a vida do bebê - até que ele nasça, que fique bem claro, porque depois ninguém tá nem aí se ele vai ser bem criado.
Eu vivo num mundo no qual as pessoas acham mesmo que saia curta e foto sensual na internet são motivos para ser estuprada. No qual os homens são criados como trogloditas, que precisam de sexo pra aliviar os instintos, sem o uso da razão. No qual não há amor ao próximo, não há consideração com a vida do próximo DE VERDADE, e sim uma moral torta que acha que alguns simplesmente merecem sofrer. No qual gays são espancados por serem gays, mulheres são tratadas como objeto e a voz que reclama contra isso é esmagada com gritos de "ah, os oprimidos somos nós". Os opressores se acham os oprimidos porque eles não sabem o que nós sofremos. É muita cara de pau.
Eu vivo num mundo cheio de absurdos. E embora eu saiba que ainda há a esperança de mudança, no momento, em mim, essa esperança está em cinzas. Estou profundamente triste e revoltada com tudo isso, pode ser que eu demore a sentir vontade de ir em frente. Só quero que alguém me entenda e me diga que eu não estou sozinha.

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