sexta-feira, 12 de julho de 2013

Química das preferências artísticas

Não me atrai a arte pragmática. O "aqui-e-agora". O descartável. Os álbuns de música que são desconsiderados em função de um ou dois singles que fazem sucesso na mídia. Não me atrai a mera música de fundo para conversas e ações paralelas. Não me atrai a arte insossa. A fofura "via Embratel". A fórmula pré-formatada, seja pra roqueira desvairada ou pra voz pequena e agradável. Aquilo que agrada facilmente me soa falso. Não me atrai a arte pseudo-despretensiosa, esvaziada, "esvaziável", rasa, travestida de profunda e inovadora. Não me atrai o conservadorismo travestido de subversão.
Nada disso me atrai. Na verdade, certas coisas citadas acima chegam a me enojar.
A intensidade, a verdade, as coisas densas, o grito de "não", o canto para fora, a diferença, a loucura individual, o "não se dobrar", a originalidade, a música pra sentar e parar pra ouvir... Isso sim me atrai, e muito. E é por isso que eu vivo. E é isso que eu quero fazer.
E não é porque todas aquelas coisas não me atraem que eu quero que elas deixem de existir. Ou que quem as faz deixe de existir. Elas simplesmente não me atraem.

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