Com o advento dos gadgets - dispositivos tecnológicos portáteis e inteligentes -, surgiu uma grande concorrência entre as marcas para oferecer sempre o melhor produto da categoria. Os admiradores desse tipo de coisa alinharam-se ao lado que parecia mais promissor e passaram a defender com unhas e dentes sua preferência. E fez-se a luz, e com ela, os fanboys. Mas nem pretendo falar exatamente da briga de facções entre Android e iOS, e sim de um personagem muito comum entre esses fanboys: o mala tecnológico.
Não, o mala tecnológico que descreverei não é aquele que fica na mesa do bar, na reunião com os amigos, usando seu smartphone como se não houvesse amanhã. Falo daquele que acha que só os aparelhos mais caros prestam. Aquele que tem uma visão elitista do mercado de gadgets e, sem sequer se dispor a testar os dispositivos de baixo custo, já cospe em cima deles e pisa em quem pensa em comprar um.
Como sabemos, o fato de o Android ser um sistema aberto possibilitou o surgimento de uma infinidade de aparelhos equipados com o sistema, com as mais diversas especificações técnicas, atendendo a todas as gamas possíveis. Dentro desse contexto, surgem os tablets de baixo custo; inicialmente xing-lings mal-acabados, posteriormente produzidos por indústrias nacionais e com configurações aceitáveis.
Eis a situação. Uma pessoa comum, que raramente é hard user, que procura um dispositivo apenas para tarefas básicas e não pretende gastar muito com isso, procura informações sobre o aparelho em questão. Resolve fazer perguntas a pessoas mais "entendidas". Eis que a wild mala tecnológico appears com sua frase pronta: "mano, nada barato presta, compra o Galaxy Tab/iPad" (a escolha do aparelho depende do lado com o qual ele se alinhou). Já chega minando as esperanças da pessoa. Outra situação: a pessoa comprou um aparelho de baixo custo, e depois de um tempo ele quebrou. Algo normal, pois nem mesmo os aparelhos mais caros são campeões de resistência: uma queda errada na hora errada e no lugar errado, e já era. Então, a pessoa vai perguntar o que fazer com esse aparelho. O mala ressurge falando "joga essa porcaria fora e compra um Galaxy Tab/iPad".
Considero isso uma atitude bastante burra da parte desses fanboys. Nem todo mundo quer performance monstruosa, rodar jogos HD ou algo do tipo. Há pessoas que só querem um dispositivo pra tarefas básicas - ler, ver filmes, usar a internet - e que não engasgue na execução dessas tarefas. Creio que a maioria dos tablets de baixo custo à venda no mercado cumpra bem esse papel, porque já passamos da era dos Phaser Kinno com Android 2.2 que travavam só com Angry Birds. Não sei se a atitude do mala tecnológico é preguiça de ver além do nicho dos dispositivos high-end ou mera arrogância, mas seria uma boa ideia se ele se permitisse ficar surpreso com aquilo que os gadgets baratinhos podem fazer.
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