domingo, 14 de julho de 2013

Oito, oitenta, oitenta e oito

Todos sentem amargura, dor, tristeza, ódio. Todos se sentem aprisionados dentro de si mesmos em algum momento. Todos sentem vontade de voar pra longe, seja fisicamente ou mental mente. Todos são irmãos nos sofrimentos adormecidos que despertam nas horas inoportunas. A insatisfação é geral, é humana, é um sintoma social da modernidade. Para fugir de tudo, cada um tem a sua droga: da televisão até a cocaína. Alguns se libertam da dor, outros dependem do que atenua o sofrimento, outros são mortos pelo seu artifício de refúgio.
A única coisa que muda é a forma que cada um é julgado por tentar acalmar a própria dor. Suicidas são fracos, viciados em comida não são saudáveis, ricos que morrem de overdose são "pressionados pela fama", pobres que morrem de overdose "sustentam o tráfico", viciados em televisão são desocupados... Tenhamos um pouco mais de empatia e lembremos dos nossos momentos de sombra antes de aplicar essa moral torta.

Todo mundo tem segredo
Que não conta nem pra si mesmo
Todo mundo tem receio
Do que vê diante do espelho

Todo mundo tem desejo
Que não divide nem com o travesseiro
Um remédio pra amargura
Ou as drogas que vêm com bula
(Pitty)


Nenhum comentário:

Postar um comentário