segunda-feira, 15 de julho de 2013

Alfinetada de observação #1

Elis Regina, tida por grande parte do público e da crítica como a maior cantora do Brasil de todos os tempos, falecida há trinta e um anos, deixou três herdeiros. Entre eles, Maria Rita, única mulher, filha caçula. Eis que Maria Rita cresce, torna-se cantora e as comparações com a mãe são inevitáveis. Surge, naturalmente, um exército de fãs: tanto os órfãos da Elis quanto a juventude que quer ouvir algo além de pop enlatado.
Também naturalmente surge uma corrente contrária. Uma corrente que considera que Maria Rita não merece muita atenção, que não é nem a metade do que a mãe foi, que é medíocre e plástica. Essa corrente, formada em sua maioria por fãs da Elis, possui certo conhecimento de causa para afirmar isso. Questão de gosto, normal. Alguns que apenas implicam com a herdeira se juntam a essa corrente para engrossar o coro.
O grande problema está na reação dos fãs da Maria. Às vezes eles enxergam as críticas ao seu ídolo de forma esdrúxula e limitada. Chegam ao cúmulo de afirmar que isso é por medo que a mãe perca seu lugar na música para filha: argumento furado em tantos níveis que eu nem sei por onde começar. Por não conseguirem lidar bem com críticas, por acharem que tudo é implicância de meros saudosistas, partem para esse tipo de argumento. Pois eu digo: não é bem assim.
Digo com propriedade, estando do lado dos que não acham a Maria Rita grande coisa e sendo fã da Elis: não se trata de medo, nem de mera implicância. Eu e muitos outros fãs da Elis consideramos a Maria uma cantora fraca em vários aspectos. Por isso a criticamos como criticamos qualquer outra. Os fãs da Maria que insistem na ideia de que é "mero recalque", pelo contrário, parecem bastante inseguros do talento da sua diva. Seria imaturidade ou um medo lá no fundo das críticas serem verdadeiras?
Aos fãs da Maria Rita, só digo uma coisa: tenham perspectivas mais realistas. Para mais ou para menos. E se forem se exaltar e entrar no debate, procurem argumentos coerentes.

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