segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Não espere que eu me contente com pouco
Acho que só houve uma área desastrosa da minha vida esse ano, o amor. O que tive de sucesso nas outras áreas, tive de insucesso nessa. Me joguei, caí, bati a cabeça, morri umas quatro vezes, levantei, tentei de novo, chorei. São as consequências de ser demasiado intensa. Sei lá. Fico pensando que, se eu fosse adepta do desapego e da negligência, da suposta independência, tudo seria mil vezes mais fácil. As pessoas andam traumatizadas. As pessoas não querem mais sentir. Preferem se manter na segurança da superfície. Mas eu, que mergulho, hei de achar alguém que goste tanto da profundidade quanto eu.
Em 2015 quero que tudo siga como está: intenso, firme e forte. Jamais me contentarei com pouco. Jamais aceitarei as coisas pela metade, jamais viverei na indefinição. "Não conheço o que existe entre o 8 e o 80..."
Feliz ano novo para as mosquinhas que leem meu blog.
domingo, 21 de dezembro de 2014
Elis, o amor e a catarse
Tudo isso aconteceu ao assistir ao show "Saudade de Elis", na Caixa Cultural. Tunai e Wagner Tiso apresentaram, durante uma hora, um repertório de homenagem a Elis, com canções gravadas por ela e outras canções que permeiam, de certa forma, o universo elisiano e/ou têm relação com as trajetórias dos dois. Shows de homenagem não são novidade e quem me conhece sabe que tenho sérias reservas a outras pessoas cantando Elis. Mas nesse caso, resolvi ir porque podia ser realmente bom. Vi uns vídeos no YouTube, curti os arranjos baseados em piano e violão... e além disso, Tunai e Wagner são dois grandes músicos e contemporâneos dela, o que faz grande diferença. O primeiro teve três composições gravadas por ela.
O show foi maravilhoso. As músicas eram entremeadas por algumas histórias de convivência com Elis, contadas por Tunai. Solos de piano, momentos de voz e violão e todos juntos a maior parte o tempo. E a plateia delirando, cantando junto, adorando. Eu tive a sorte de sentar bem na frente, próxima às caixas de som. Senti todo o peso dos graves do piano, do jeito que eu gosto. Fechei os olhos. Me joguei. Cantei loucamente enquanto a música me invadia. Me segurei na cadeira tal qual alguém que tenta sair ileso de um tremor de terra. Me senti felicíssima, embora a emoção tenha me levado quase às lágrimas em meio às histórias. Que coisa linda ter tido a chance de estar com Elis. Coisa que nunca tive, nem terei, dado o fato de ter nascido treze anos depois de sua morte.
Voltei pra casa nesse misto de sensações. Satisfeitíssima com o show e com a experiência catártica inesquecível. Sim, porque não há nada que defina melhor aquilo tudo do que o termo "catarse", tanto na acepção do senso comum, quanto no significado estético da coisa. Transbordante. E, ao mesmo tempo, nostálgica. Aquilo tudo me fez pensar em como dói não ter Elis entre nós. Imaginei que lindo seria poder ver um show dela naquelas mesmas condições, num palco tão baixo e tão próximo de um público pequeno. Como dói não ter vivido numa época na qual ainda se criava expectativas sobre qual seria seu próximo álbum, sobre quais compositores ela gravaria. Ah, Elis. Que dor. Que saudade. Um misto de sentimentos, mais uma corda-bamba. Satisfeita e dilacerada, assim estava eu até pouco tempo atrás. Chorei, finalmente. Chorei por não tê-la mais aqui. Meio bobo, eu sei, mas o amor é bobo. "O importante é que ela tem quem a ame, quem a mantenha viva", disseram meus pais quando relatei minha sensação. É verdade. Mas esse final de semana, entre dores e prazeres, eu vi quão intensa é minha ligação com ela. Sem medo de ser piegas. Obrigada por tudo, Elis. ♥
domingo, 12 de outubro de 2014
Não
domingo, 28 de setembro de 2014
Poema ruim de duas estrofes só
uma mão que segura a corda-bamba
na qual ando me equilibrando
enquanto apenas sofro calado
há uma dor nova e esquisita
por algo que ainda não vivi
e que não sei como será
mas faz de mim pessoa aflita
sábado, 23 de agosto de 2014
Playlistzinha: minhas favoritas do Queen até agora
Doing All Right
The Night Comes Down
The Fairy Feller's Master Stroke
Tenement Funster / Flick Of The Wrist / Lily Of The Valley
She Makes Me
In The Lap Of The Gods ...revisited
'39
The Prophet's Song
You And I
Spread Your Wings
Who Needs You
My Melancholy Blues
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
Primeiras impressões das últimas aquisições: Nintendo DS Lite
O que aprendi no segundo semestre da faculdade de Jornalismo
- Fazer jornalismo na rua é uma maravilha. Conhecer pessoas, histórias, saber da existência de outros mundos que nunca imaginaríamos que existissem. Nesse semestre fiz matérias relacionadas a pichadores, muçulmanas e LGBTs. É muito bom descortinar realidades ocultas.
- Todas as teorias da comunicação se interligam de alguma forma, há pontes unindo todas elas. Isso pode ajudar muito na escrita de um futuro TCC.
- Um signo pode ser mil coisas: desde a sua definição mais primária de "uma coisa que representa outra coisa que não ela mesma" até algo que possui uma função ideológica, passando por outras trocentas formas.
- Falando nisso, Semiótica só é um bicho papão se você não se armar o suficiente para enfrentá-la. É necessário ter muito tempo disponível para estudar suas artimanhas e dominá-la no combate (eita). Coitada de mim no próximo semestre, se a carga teórica de Estética for assim também. O estágio se aproxima.
- Fotografar é muito amor. Conhecer as minúcias do processo, então, é melhor ainda. Poder operar uma DSLR no modo manual, saber o modus operandi para conseguir determinado efeito, "produzir sentidos" com a fotografia...
- Fazer um ensaio fotográfico documental também é uma experiência surreal. Tem um quê de jornalístico e muito de artístico. Ainda mais quando o tema do ensaio é algo que você conhece e ama (toca-discos).
- É triste e chocante perder um professor para a outra dimensão no meio do semestre. Descanse em paz, mestre Setaro.
terça-feira, 22 de julho de 2014
Só
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Difíceis enigmas
Um fracasso atrás do outro. Vivo tentando abrir portas e adentrar cômodos sombrios para torná-los meus, mas as portas batem quando estou dentro deles, tentando desvendar seus mistérios. Fico presa, morro de fome, frio e carência, pulo a janela, desisto, saio correndo. Só que tenho um coração guerreiro e determinado, o que me leva a buscar outras portas, mesmo que eu dê com a cara nelas às vezes.
O grande problema é que eu não queria ter que abrir portas, não queria gostar do que é misterioso e esquisito. Isso dói, cansa. Eu poderia procurar um banco de praça para sentar, mas vivo querendo o sofá de camurça roxa que espreitei pela fresta da porta. Eu poderia querer o hambúrguer produzido em série na lanchonete americana, mas a refeição estrangeira que se apresentou ao meu olfato passando por detrás da porta me apetece mais. Meu destino é resolver cubos mágicos e enigmas em busca de um pouco de paz, alívio e conforto. Não sei se é bom ou ruim. Mas com certeza não é fácil.
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Por amores mais sinceros
A ânsia de manter o controle da relação. "Não se doar demais", não demonstrar sentimentos, não correr atrás. Porque quem se importa se humilha, há que se manter um distanciamento. Usar uma armadura, ao que me parece. "Pega e não se apega". Tudo é líquido. E a sinceridade, onde fica? E que fique claro, não faço críticas ao poliamor, à liberdade sexual, nada do tipo (acho ótimo, inclusive). Meu problema é com essas máscaras. Sei lá.
sexta-feira, 23 de maio de 2014
Era uma publicação de facebook, mas eu trouxe pra cá
domingo, 4 de maio de 2014
Playlist delirante
- El Rey - Secos e Molhados
- Le Premier Bonheur du Jour - Os Mutantes
- Fala - Secos e Molhados (menção honrosa pra essa aqui, com requinte de coraçãozinho)
- Trem de Doido - Clube da Esquina
- Blue - 14 Bis
- Alucinação - Belchior (não é exatamente psicodélica, mas tem a ver com o clima)
- Mágica - Os Mutantes
- Assim Assado - Secos e Molhados
- Piece Of My Heart - Janis Joplin
- The Fool On The Hill - The Beatles
- O Circo - Rita Lee
- Planeta Sonho - 14 Bis
- Virgínia - Os Mutantes
Desculpem a repetição de artistas, mas deu vontade.
E tô com preguiça de pôr os links (ninguém vai ouvir mesmo).
sábado, 26 de abril de 2014
O mundo pode ser bom quando a bruxa te assombra
Eu acredito que as pessoas podem ser boas. Achei que tivesse perdido essa crença, que tivesse "crescido", enfim. Porque dizem sempre que acreditar nas pessoas é coisa de criança, de gente besta, de gente que só quebra a cara. E quando nós, que acreditamos, quebramos a cara, a culpa nunca é de quem é rude. A culpa nunca é de quem fala as palavras cortantes, de quem silencia o outro, de quem se nega a ouvir. Pelo contrário, a culpa acaba sendo da vítima. "Você não devia confiar, você não devia ter esperado nada, pra quê foi fazer isso?". Quase um "pra quê saiu de roupa curta?" em casos de abuso.
Mas continuo acreditando. Tal qual o menino moleque que mora no coração do poeta, eu acredito nas coisas bonitas que não deixarão de existir. Há quem diga que sou mimada por isso, por ficar chateada quando não são sinceros comigo, por me irritar com a aspereza e por esperar alguma compreensão. Não sei. Cresci num lar no qual as pessoas me respeitavam. Tudo bem que agora andam tirando as almofadas, orientados por essa noção torta de amadurecimento, mas ainda assim a vida é macia. Acho que fui mal-acostumada.
quarta-feira, 23 de abril de 2014
Kodak Sport descartável - uma experiência
Algumas pessoas - meus pais, por exemplo - me perguntaram coisas como "analógica, Juliana? Pra quê isso?". Mas eu digo "pra quê". Em primeiro lugar, eu nunca tinha tirado fotos embaixo d'água. Em segundo, como já disse, minha vontade de experimentar todo o processo analógico é bem antiga já. A fotografia em filme tem características únicas, aquelas mesmas que os Instagrams e Pixlr Express da vida tentam reproduzir nas fotos digitais. Não estou desmerecendo esses apps, até porque os uso também. Mas a fotografia analógica tem todo um "fator surpresa", aquela incerteza sobre o resultado... e o número limitado de poses leva a uma maior preocupação com o que será fotografado.
Preocupação esta que eu tive, mas que, embalada pela alegria do momento registrado - uma ida ao clube com primas e tios - e coroada com uma certa falta de experiência minha, levou a algumas pequenas falhas. Quando recebi as fotos, fiquei mais feliz do que imaginava - achei que ia ser pior -, mas não pude deixar de notar aquilo que podia ser melhorado. E assim fiz. Fiz uma lista de erros cometidos na operação da câmera, a fim de corrigi-los numa segunda oportunidade. Sim, haverá segunda oportunidade. O bicho da fotografia analógica me mordeu. Ainda que com um certo ar de "lomografia", ou de algo mais descompromissado e experimental, eu não quero mais largar isso.
Mas enfim, vamos aos erros. Quero registrá-los aqui para que outras pessoas que queiram experimentar essa câmera tomem cuidado com esses fatores.
*ERROS*
1 - Fotografar em tempo nublado - Embora os resultados não tenham ficado exatamente ruins, é sob sol forte que essa câmera dá resultados melhores. Minhas fotos ficaram com uma certa aura fria, sem cores fortes, por causa disso. E embaixo d'água tudo fica melhor sob o sol.
2 - Não prestar atenção no avanço correto do filme - Perdi três frames do meu filme por causa de erros no uso do mecanismo de avanço. Acho que estava fazendo ao contrário.
3 - Não usar o viewfinder debaixo d'água - É importante usá-lo sempre quando não se tem experiência. Isso evita fotografar as pessoas pela metade, como eu acabei fazendo.
4 - Tentar fazer selfies sub-aquáticos, sem ter alguma noção de posição da lente antes disso - Sim. Minha tentativa de selfie sub-aquático com as primas resultou em um selfie capilar. Acho que da próxima vez pedirei a alguém pra tirar a foto. Ou farei alguns testes antes.
Então é isso, pessoal. Novas tentativas estão por vir.
(Não postei os resultados aqui porque não foram digitalizados, digitalização é cara nos laboratórios. Haha)
quarta-feira, 16 de abril de 2014
O último bilhete
Eu tomei coragem, já despida de esperanças, sem qualquer indício de sonho dourado. Porque a sua distância fez com que eu visse quem você é. E vi que você não merece ser o personagem das minhas expectativas, porque é incapaz de olhar para fora de si. Por isso não senti dor. Só vontade de rir. Estou sorrindo pra vida, como se nada tivesse ocorrido. Não precisa se preocupar.
Estou sem paciência para escrever muito, então ficam essas palavras mesmo.
quarta-feira, 2 de abril de 2014
Go ahead
quarta-feira, 19 de março de 2014
Lã
Estou aqui tentando te desenrolar há um tempo, mas parece que a cada vez que puxo o fio você se embaraça mais. Umas duas vezes eu achei a ponta e comecei a puxar, mas o fio travou. Talvez seja a complexidade do emaranhado. Talvez você seja um tipo de novelo de lã só pra gente experiente no assunto. Talvez você tenha personalidade difícil e não queira ser desenrolado.
O que é uma pena. Eu queria conseguir isso. Queria fazer de você um agasalho para os dias de frio, queria me sentir protegida e aquecida. Ainda quero. Mas é cada vez mais complicado. Talvez te observando melhor eu consiga chegar a alguma boa técnica.
quarta-feira, 12 de março de 2014
Verborragia da escrita criativa
Me sinto um fracasso de pessoa por isso. Eu, que sempre me achei criativa, original, desafiadora, fui fisgada. A falta de tempo, a dedicação à faculdade, os problemas da vida, tudo isso me arrancou do mundo de fantasia que eu tinha a maior facilidade de criar. Hoje o que sobrou foi uma relativa facilidade pra escrever poemas e a minha mania de entremear citações musicais e literárias nos meus textos de blog. E minhas analogias que brotam do nada para descrever coisas que brotam na minha vida - aqui no blog tem um monte delas - e meus bons textos jornalísticos. Textos que eu já praticava, meio sem saber do meu futuro, na infância, quando inventava entrevistas com vocalistas inventadas de bandas inventadas para revistas também inventadas.
Então, esse ano me desafio a escrever ficção. Não só o roteiro do curta de Oficina de Comunicação Audiovisual, uma ficção minha, viva e pulsante. Seja a continuação ou adaptação dos meus arquivos empoeirados, seja uma nova ideia que surgiu na minha mente hoje e que está me fazendo tatear no escuro... Vou me inspirar. Vou construir personagens. Vou acordar minha parte criativa. Jornalista, porém criativa. Que o pragmatismo da futura profissão não mate o arco-íris que ainda vive dentro de mim. Até o final do ano terei algo escrito de forma concreta.
Também quero voltar a fazer música, mas isso é assunto pra outro post.
terça-feira, 11 de março de 2014
Trancado
Você se trancou. Se trancou no baú dos seus medos, no cofre da sua soberba, no castelo da resistência. Lacrou todas as janelas para que ninguém o visse. Ninguém é, segundo você, suficientemente digno de estar em sua presença de forma mais profunda. Relacionamentos não te atraem, tudo te entedia, sua vida é divertir-se com artes e corpos. Você se acha muito bem estando sozinho.
Sei um segredo. Você tem medo. Tem medo de se apegar, de ter sua vida revirada, de ver tudo mudar de lugar e ficar bom. Tem medo de dialogar com outra consciência que se encaixe bem com a sua.
Abra o olho e destranque a porta.
sábado, 1 de março de 2014
Músicas e sensações #1: Elis Regina
(há links pras músicas no título de cada uma, embora a formatação do blog não deixe isso claro.)
1 - Para Lennon e McCartney - Esse é um dos poucos arranjos que prestaram no Luz das Estrelas, pra mim. E há algo de "apoteótico" nele, algo que combina com a interpretação da Elis. A voz aberta, expandida, um grito pro mundo, um show de técnica... tudo isso me dá uma sensação que não sei explicar. Me sinto plena, me sinto feliz, me arrepio. Principalmente no "por que você não verá-áááááááááá meeeeeeeu laaaaado ocidental" em 2:10. Elis Regina, que mulher. Que força.
2 - Esta Tarde Vi Llover (ao vivo no Transversal do Tempo) - Se a música anterior me dá sensação de plenitude, essa quase me esvazia. É triste, é dolorida, é sofrimento puro. "Ya no sé cuanto me quieres, se me extrañas o me enganas..." Solidão e angústia em notas musicais. Já me vejo num dia nublado, sentindo aquela dilacerante dor de quem é enganado pela pessoa amada. (Inclusive escrevi um conto inspirado nela.) Piano e voz. Cesar e Elis. O clima tenso de uma corda prestes a se arrebentar. E Elis chorando no final da música. E emenda com Romaria. É demais pro meu coração: me arrepio, choro, quero me encolher num cantinho.
3 - Canto Triste - Outra canção de sarjeta. A começar pelo arranjo de orquestra. Sofrimento estilo anos 60, Elis em início de carreira. Além de ser uma música triste, que me faz pensar num filme em sépia, é também uma música que me parece dificílima de cantar: não me dei bem em nenhuma das vezes que tentei. Ou talvez eu seja incompetente. Em comparação com a anterior, essa me faz pensar em um poeta sentado ao lado de sua vitrola, fumando seu cigarro, tomando um porre filosófico e sofrendo calado. Já "Esta Tarde Vi Llover" é o eu-lírico suplicando, sangrando, escorrendo.
4 - Flora - Essa me faz sentir algo aconchegante. Fofura, cuidado, certeza de algo que é perene, aquela sensação de "eu tenho você, você tem a mim, nós temos um futuro pela frente, eu te admiro pra caramba". É uma música fofa. E amo ficar cantando "aaaalaralalaaaa" entre os versos.
5 - Ela - Tenho que deixar esse comentário aqui: uma das músicas mais underrated do repertório da Elis. Muito boa e pouco conhecida, com um arranjo que é muito amor (amo o baixo bem proeminente) e sem exageros comuns à época. Essa música sempre me inspirou a escrever um livro, a história dessa moça do oitavo andar onde tudo é um. Comecei a escrever, não terminei até hoje.
6 - Ponta de Areia - Assim como a primeira, essa aqui tem algo de apoteótico também. Não sei se tendo a me atrair por músicas cantadas em tons mais altos, com esse jeito mais "aberto"... Mas sempre que paro pra prestar atenção no conjunto dessa música, fico arrepiada. Ela vai crescendo aos poucos e começa a te envolver. Adoro o arranjo também (Cesar Camargo Mariano, seu lindo).
7 - Medley: Ponta de Areia/Fé Cega, Faca Amolada/Maria Maria - Onde esse medley estiver, eu me arrepiarei. Onde houver esse "alarala larala laralá UÊÊÊ ê lerelê lerelê lerelê lerelêêêê", eu sentirei um ímpeto de cantar junto. Onde houver a intensidade de Maria Maria, eu sentirei vontade de abraçar e beijar essa mulher. É contagiante. É o tipo de coisa que me faria surtar se eu visse ao vivo. Eu, aqui sentada no computador, fico querendo bater palminha junto.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Verso da liberdade
de árvores frondosas
de fontes luminosas
Mas as fontes
as árvores
a grama
secaram por falta de cuidado
Agora me encontro num campo sombrio
tateando no escuro
no carinho inseguro
na esperança de ver o sol
quem sabe dessa vez
não haja só vazio
Quem sabe dessa vez
Eu trilhe o caminho contrário
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Amor leve
Pra começar, acho que não serei mais uma namorada melosa, mimimizenta, dramática. Não me identifico mais com isso. Também não me identifico com aquela postura kamikaze de "eu morreria por você", aquela falta de amor próprio contida no "minha vida não faz sentido sem sua presença". Se tem algo que aprendi com o fim de um namoro de três anos, é que eu consigo sim viver sem a antiga pessoa amada. Dói, é um parto até ficar acostumada. Mas é possível. Não quero ser também uma namorada ciumenta, não quero tentar controlar a vida de quem está ao meu lado, não quero dar chilique por besteira.
Penso em algo mais tranquilo, um namoro no qual haja respeito ao espaço do outro, liberdade. Um amor movido pela vontade de estar perto, e não pelo sentimento de obrigação ou por regras sisudas. Não que isso signifique necessariamente romper com a monogamia. Ainda não me sinto apta a isso. Mas, como eu já disse algumas vezes por aí, acredito numa monogamia mais livre. Sem invasão de privacidade, sem ciúme doentio, sem limitar e oprimir o outro - em especial, a mulher - sem chamar o outro de "meu". Meu. Ninguém é de ninguém... Tudo acaba. Mas isso não é motivo pra deixar de acreditar no amor, e sim pra viver amores mais leves. Faz bem até pra gente. Não nos sobrecarregamos tanto.
Acho que meu eu de cinco anos atrás se espantaria com o que escrevo hoje. Talvez, como eu disse no começo, isso seja amadurecimento.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Abobrinha de porta e fechadura
Poderá esta porta ficar aberta o tempo todo, agora? Quanto tempo demora até que alguém ponha uma nova fechadura? E, o mais importante, serei eu a pessoa a fazer isso? Serei eu a pessoa a entrar, colocar um peso na porta, acender as luzes, descobrir as belezas e os defeitos e me encantar por todo o conjunto peculiar do ambiente? E, depois disso, sair apressadamente e comprar uma fechadura que combine com a porta, da qual só eu terei a chave... Não sei. É importante observar que o fato de só eu ter a chave não quer dizer que eu vá esconder do mundo esse lugar tão belo. Ele já ficou tempo demais escondido. A porta ficará aberta, mas eu poderei fechá-la quando quiser ficar sozinha. E só eu conhecerei alguns mistérios escondidos nas paredes, nos cantos, no chão e no teto.
Mas, por enquanto, vou apenas observar de fora e deixar que o ambiente me convide.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
O que aprendi no primeiro semestre da faculdade de Jornalismo
- A mídia não aliena ninguém. Primeiro, porque o jornalismo não atua simplesmente ao seu bel-prazer: ele atua seguindo normas organizacionais, linhas editoriais, interagindo com o tempo e o espaço e, principalmente, atua em função da sociedade na qual está inserido, sendo necessária a fidelização do seu público. A sociedade também cria demandas para o jornalismo, não se trata de uma via de mão única na qual apenas os jornalistas mandam. E repetir esse discurso de que "a mídia aliena" é ignorar anos e anos de estudos de teorias da comunicação, ignorar a poderosa noção de que as pessoas fazem uso dos meios - não são só os meios que "usam" as pessoas.
- Escrever notícias e reportagens é um trabalho árduo, baseado em seleção e hierarquização. A forma mais fácil de aprender isso - ou melhor, de introjetar isso - é lendo notícias. Porque não se ensina a forma correta de escrever na faculdade. A teoria organizacional é levada bem a sério nesse ponto: os jornalistas aprendem por "osmose" as regras do seu veículo. (Inclusive, cursinho pré-vestibular ensina a passar no vestibular, mas não ensina a escrever notícias.)
- O jornalismo não é vilão nem mocinho. Há veículos diferentes, enquadramentos diferentes, linhas diferentes.
- Ser isento não necessariamente significa reproduzir o status quo. Eu, pelo menos, acredito numa coisa muito importante - conhecida pelos conservadores medrosos como "politicamente correto" -, que é o uso de termos não-ofensivos aos grupos sociais minoritários. Nessas horas, o manual de jornalismo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) é meu exemplo. Pra quê chamar uma travesti no masculino? Pra quê destacar que um criminoso é homossexual, se a orientação sexual dele não influencia em nada no crime cometido? Esses são os parâmetros que eu pretendo tomar como base na minha vida jornalística, e espero encontrar uma empresa que siga esses parâmetros. #partiuEBC
- Jornalista não é marionete. O jornalista tem certa autonomia. Mas cabe usar essa autonomia com sabedoria, não inserir opinião nos textos, não adjetivar. Já chega de Sheherazade, por favor.
E, pra finalizar:
- Estou realmente no caminho certo. ♥
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Estrofe fulminante
Fizestes questão de bradar sua felicidade
Se era verdade, preferi não saber
E segui meu caminho esquecendo de ti
No entanto persistes em voltar atrás
Se estás tão feliz, porque não me deixas em paz?