quarta-feira, 28 de maio de 2014

Por amores mais sinceros

Os joguinhos já começam nos primeiros encontros. Na tentativa de criar uma imagem "sexy sem ser vulgar" - ou melhor, algo que agrade ao patriarcado sem chocá-lo com a audácia de ser dona do próprio corpo -, nas recomendações de "deixar o outro querendo mais". Não beijar no primeiro encontro. Não ir para a cama no primeiro encontro (pecado imperdoável!). Não se entregar de vez. Tudo pelo "jogo da conquista". Não fazer com que o outro pense que está no controle. Ah, o controle. Essa coisa que tentam manter logo que o relacionamento evolui e se torna namoro. Ou até mesmo um rolo. Que fique claro, aqui não falo de relacionamentos abusivos, não falo de privar-se das coisas por vontade própria, nem de proteger-se de ameaças. Tudo isso é bastante necessário. Falo especificamente dos joguinhos sentimentais aos quais as pessoas parecem ter aderido.
A ânsia de manter o controle da relação. "Não se doar demais", não demonstrar sentimentos, não correr atrás. Porque quem se importa se humilha, há que se manter um distanciamento. Usar uma armadura, ao que me parece. "Pega e não se apega". Tudo é líquido. E a sinceridade, onde fica? E que fique claro, não faço críticas ao poliamor, à liberdade sexual, nada do tipo (acho ótimo, inclusive). Meu problema é com essas máscaras. Sei lá.

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