quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O que aprendi no primeiro semestre da faculdade de Jornalismo

- A mídia não aliena ninguém. Primeiro, porque o jornalismo não atua simplesmente ao seu bel-prazer: ele atua seguindo normas organizacionais, linhas editoriais, interagindo com o tempo e o espaço e, principalmente, atua em função da sociedade na qual está inserido, sendo necessária a fidelização do seu público. A sociedade também cria demandas para o jornalismo, não se trata de uma via de mão única na qual apenas os jornalistas mandam. E repetir esse discurso de que "a mídia aliena" é ignorar anos e anos de estudos de teorias da comunicação, ignorar a poderosa noção de que as pessoas fazem uso dos meios - não são só os meios que "usam" as pessoas.
- Escrever notícias e reportagens é um trabalho árduo, baseado em seleção e hierarquização. A forma mais fácil de aprender isso - ou melhor, de introjetar isso - é lendo notícias. Porque não se ensina a forma correta de escrever na faculdade. A teoria organizacional é levada bem a sério nesse ponto: os jornalistas aprendem por "osmose" as regras do seu veículo. (Inclusive, cursinho pré-vestibular ensina a passar no vestibular, mas não ensina a escrever notícias.)
- O jornalismo não é vilão nem mocinho. Há veículos diferentes, enquadramentos diferentes, linhas diferentes.
- Ser isento não necessariamente significa reproduzir o status quo. Eu, pelo menos, acredito numa coisa muito importante - conhecida pelos conservadores medrosos como "politicamente correto" -, que é o uso de termos não-ofensivos aos grupos sociais minoritários. Nessas horas, o manual de jornalismo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) é meu exemplo. Pra quê chamar uma travesti no masculino? Pra quê destacar que um criminoso é homossexual, se a orientação sexual dele não influencia em nada no crime cometido? Esses são os parâmetros que eu pretendo tomar como base na minha vida jornalística, e espero encontrar uma empresa que siga esses parâmetros. #partiuEBC
- Jornalista não é marionete. O jornalista tem certa autonomia. Mas cabe usar essa autonomia com sabedoria, não inserir opinião nos textos, não adjetivar. Já chega de Sheherazade, por favor.

E, pra finalizar:
- Estou realmente no caminho certo. ♥

Nenhum comentário:

Postar um comentário