Quando passei a sombra dourada nos meus olhos, vestindo-os com o mesmo brilho que eles pareciam ter na íris, não esperava que as coisas acontecessem assim. Pus o meu melhor vestido, azul como na canção da infância, comprado havia pouco tempo. Não importava que nada combinasse de verdade. Nunca soube me vestir impecavelmente e não queria parecer meiga demais.
Mas pra quê?, eu me perguntaria momentos depois. Desfez-se num instante a fina teia de ilusões que me permiti construir durante os meses que precederam aquele dia. Meu charme, meu nervosismo, minha vontade de estar perto, meus elogios, meus sorrisos, foi tudo em vão. Eu queria o duradouro, não o fugaz. Eu queria me atirar, mergulhar, não ficar boiando na superfície. Eu queria ser inteira e não fragmentada.
Essa não é a minha esquina, esse infelizmente não era o meu amor.
domingo, 4 de janeiro de 2015
Meu vestido azul
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