Enquanto ela observava o perfil do rosto da sua companhia, os pequenos detalhes que as madeixas deixavam ver, a mesma dúvida de instantes atrás lhe atravessava as entranhas. Tão perto e tão distante. Tentou quebrar o gelo afastando os cabelos que cobriam o rosto dele, fazendo um elogio sem jeito. "Seu cabelo é tão bonito". Ele agradeceu e continuou a fitar a escuridão do horizonte, onde o céu e o mar se misturavam.
Mais tarde, em outra penumbra, a de suas emoções, ela se convenceu de que talvez fosse uma boa ideia cantar aquela canção. Aquela, em inglês, que ela conheceu graças a ele. Aquela que soou tão estranha num primeiro momento, mas depois revelou uma cativante melodia. Quem sabe, naquele momento, cantar aqueles versos simples poderia revelar suas intenções, num gesto kamikaze de quem não se preocupava com o amanhã, as outras chances, os outros troféus. "De tudo só quero o agora".
"I wanna love you, but I better not touch. I wanna hold you, but my senses tell me to stop". Ela cantaria baixinho, quase como quem entoa um mantra, e olharia bem em seus olhos surpresos. "I wanna kiss you, but I want it too much". Iria se aproximando devagar de seu rosto, de maneira demasiadamente teatral para ser verossímil, enquanto os outros casais ao redor faziam o que deveria ser feito. "I wanna taste you, but your lips are venomous poison". Sim, veneno. Um veneno do qual ela queria se embriagar, se intoxicar, morrer mil vezes. Na dúvida entre provar do veneno e se manter sã, porém, a decisão racional não foi a melhor.
Sobrou apenas a música, a intenção tardia, a caixa de memórias e a saudade do que não aconteceu. "I don't wanna break these chains". Se ela não queria ou não podia quebrar as correntes, estava além de sua compreensão. Restava, todavia, a consciência de que elas ainda existiam. Algo que nunca ocorrera antes em sua vida.
Mais tarde, em outra penumbra, a de suas emoções, ela se convenceu de que talvez fosse uma boa ideia cantar aquela canção. Aquela, em inglês, que ela conheceu graças a ele. Aquela que soou tão estranha num primeiro momento, mas depois revelou uma cativante melodia. Quem sabe, naquele momento, cantar aqueles versos simples poderia revelar suas intenções, num gesto kamikaze de quem não se preocupava com o amanhã, as outras chances, os outros troféus. "De tudo só quero o agora".
"I wanna love you, but I better not touch. I wanna hold you, but my senses tell me to stop". Ela cantaria baixinho, quase como quem entoa um mantra, e olharia bem em seus olhos surpresos. "I wanna kiss you, but I want it too much". Iria se aproximando devagar de seu rosto, de maneira demasiadamente teatral para ser verossímil, enquanto os outros casais ao redor faziam o que deveria ser feito. "I wanna taste you, but your lips are venomous poison". Sim, veneno. Um veneno do qual ela queria se embriagar, se intoxicar, morrer mil vezes. Na dúvida entre provar do veneno e se manter sã, porém, a decisão racional não foi a melhor.
Sobrou apenas a música, a intenção tardia, a caixa de memórias e a saudade do que não aconteceu. "I don't wanna break these chains". Se ela não queria ou não podia quebrar as correntes, estava além de sua compreensão. Restava, todavia, a consciência de que elas ainda existiam. Algo que nunca ocorrera antes em sua vida.
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