sábado, 26 de abril de 2014

O mundo pode ser bom quando a bruxa te assombra

Eu acredito que as pessoas podem ser boas. Achei que tivesse perdido essa crença, que tivesse "crescido", enfim. Porque dizem sempre que acreditar nas pessoas é coisa de criança, de gente besta, de gente que só quebra a cara. E quando nós, que acreditamos, quebramos a cara, a culpa nunca é de quem é rude. A culpa nunca é de quem fala as palavras cortantes, de quem silencia o outro, de quem se nega a ouvir. Pelo contrário, a culpa acaba sendo da vítima. "Você não devia confiar, você não devia ter esperado nada, pra quê foi fazer isso?". Quase um "pra quê saiu de roupa curta?" em casos de abuso.
Mas continuo acreditando. Tal qual o menino moleque que mora no coração do poeta, eu acredito nas coisas bonitas que não deixarão de existir. Há quem diga que sou mimada por isso, por ficar chateada quando não são sinceros comigo, por me irritar com a aspereza e por esperar alguma compreensão. Não sei. Cresci num lar no qual as pessoas me respeitavam. Tudo bem que agora andam tirando as almofadas, orientados por essa noção torta de amadurecimento, mas ainda assim a vida é macia. Acho que fui mal-acostumada.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Kodak Sport descartável - uma experiência

No feriado de páscoa fiz uma coisa que esperava fazer há anos: usei uma câmera analógica pela primeira vez. Uma câmera descartável, de uso único, da Kodak. E o mais legal de tudo é que ela é à prova d'água e super resistente. Faz tempo que eu queria fazer essa experiência com ela, mas sempre faltava verba e uma boa oportunidade. Houve finalmente uma interseção dos dois conjuntos, e comprei-a. Quando comprei, passei um bom tempo pesquisando no Flickr e no Tumblr fotos tiradas com ela. Achei os resultados bem interessantes e fiquei entusiasmada.
Algumas pessoas - meus pais, por exemplo - me perguntaram coisas como "analógica, Juliana? Pra quê isso?". Mas eu digo "pra quê". Em primeiro lugar, eu nunca tinha tirado fotos embaixo d'água. Em segundo, como já disse, minha vontade de experimentar todo o processo analógico é bem antiga já. A fotografia em filme tem características únicas, aquelas mesmas que os Instagrams e Pixlr Express da vida tentam reproduzir nas fotos digitais. Não estou desmerecendo esses apps, até porque os uso também. Mas a fotografia analógica tem todo um "fator surpresa", aquela incerteza sobre o resultado... e o número limitado de poses leva a uma maior preocupação com o que será fotografado.
Preocupação esta que eu tive, mas que, embalada pela alegria do momento registrado - uma ida ao clube com primas e tios - e coroada com uma certa falta de experiência minha, levou a algumas pequenas falhas. Quando recebi as fotos, fiquei mais feliz do que imaginava - achei que ia ser pior -, mas não pude deixar de notar aquilo que podia ser melhorado. E assim fiz. Fiz uma lista de erros cometidos na operação da câmera, a fim de corrigi-los numa segunda oportunidade. Sim, haverá segunda oportunidade. O bicho da fotografia analógica me mordeu. Ainda que com um certo ar de "lomografia", ou de algo mais descompromissado e experimental, eu não quero mais largar isso.
Mas enfim, vamos aos erros. Quero registrá-los aqui para que outras pessoas que queiram experimentar essa câmera tomem cuidado com esses fatores.

*ERROS*
1 - Fotografar em tempo nublado - Embora os resultados não tenham ficado exatamente ruins, é sob sol forte que essa câmera dá resultados melhores. Minhas fotos ficaram com uma certa aura fria, sem cores fortes, por causa disso. E embaixo d'água tudo fica melhor sob o sol.
2 - Não prestar atenção no avanço correto do filme - Perdi três frames do meu filme por causa de erros no uso do mecanismo de avanço. Acho que estava fazendo ao contrário.
3 - Não usar o viewfinder debaixo d'água - É importante usá-lo sempre quando não se tem experiência. Isso evita fotografar as pessoas pela metade, como eu acabei fazendo.
4 - Tentar fazer selfies sub-aquáticos, sem ter alguma noção de posição da lente antes disso - Sim. Minha tentativa de selfie sub-aquático com as primas resultou em um selfie capilar. Acho que da próxima vez pedirei a alguém pra tirar a foto. Ou farei alguns testes antes.

Então é isso, pessoal. Novas tentativas estão por vir.
(Não postei os resultados aqui porque não foram digitalizados, digitalização é cara nos laboratórios. Haha)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

O último bilhete

Eu tomei coragem, já despida de esperanças, sem qualquer indício de sonho dourado. Porque a sua distância fez com que eu visse quem você é. E vi que você não merece ser o personagem das minhas expectativas, porque é incapaz de olhar para fora de si. Por isso não senti dor. Só vontade de rir. Estou sorrindo pra vida, como se nada tivesse ocorrido. Não precisa se preocupar.
Estou sem paciência para escrever muito, então ficam essas palavras mesmo.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Go ahead

Um passo à frente pode ser um passo em falso. Pode ser um grande salto para a humanidade. Pode ser o desequilíbrio que leva ao abismo. Pode ser o momento que precede um tropeço daqueles que você bate a cara no chão. Pode ser um ato de coragem, pode ser a redescoberta para quem acabou de se levantar de uma cadeira de rodas. Pode ser tanta coisa...
E não sei qual será o significado desse passo que eu hesito em dar. Se darei com a cara no chão, arranhando-a vigorosamente, ou se darei um grande salto rumo a campos de rosas com espinhos e beleza.