Se fez a encruzilhada. E no meio dela estou eu. Não sei pra onde virar, e a ansiedade me consome por dentro. Não consigo simplesmente caminhar. Como vou caminhar tranquila se o caminho parece tão ameaçador, tão sombrio e pouco receptivo? Há algum tempo eu tinha a certeza de que o sol iria brilhar. E mesmo que não brilhasse eternamente, pelo menos eu o teria por algumas horas, aquecendo minha pele, me fazendo sentir viva. Agora, tudo é mistério, tudo é nuvem, tudo é treva.
Tantas pessoas me dizem que eu já deveria ter me acostumado. Que é errado especular sobre os rumos vindouros. "Let it go", dizem. Siga em frente sem olhar pra trás e para o lado. Desapegue. Mas eu não sei desapegar. Vivo minha síndrome de bola de meia, bola de gude. E enquanto decido qual rumo seguir nessa encruzilhada, sento à beira do caminho e rascunho prosas mal-cifradas. Prosas que têm uma pretensão de mistério, mas que no fundo são tão transparentes quanto eu. Eu sou pessoa. Sou transparente. E não estou aqui pra jogar.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
Encruzilhada
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quarta-feira, 22 de abril de 2015
Agora
Cada vez que eu inspirava profundamente era um mergulho dentro de mim mesma em busca de coragem, uma forma de desfrutar daquela paz. Depois de repetir algumas vezes esse movimento de inspirar e expirar, às vezes de maneira ruidosa, tamanha a força contida naquela ação, encontrei a coragem e dei início a tudo. Disse sim. Me fiz visível, me fiz entender. E a mensagem foi captada. Dali em diante nada mais importou, tudo o que eu queria era ficar ali onde estava, flutuando no mar da doçura e da beleza. "Viver a divina comédia humana onde nada é eterno". Nada. De nada estamos certos. De tudo só se quer o agora. Aquele "agora" era o que eu tinha, e poderia até ser eterno. Naquele "agora" eu era infinita.
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