quarta-feira, 11 de junho de 2014

Difíceis enigmas

Um fracasso atrás do outro. Vivo tentando abrir portas e adentrar cômodos sombrios para torná-los meus, mas as portas batem quando estou dentro deles, tentando desvendar seus mistérios. Fico presa, morro de fome, frio e carência, pulo a janela, desisto, saio correndo. Só que tenho um coração guerreiro e determinado, o que me leva a buscar outras portas, mesmo que eu dê com a cara nelas às vezes.
O grande problema é que eu não queria ter que abrir portas, não queria gostar do que é misterioso e esquisito. Isso dói, cansa. Eu poderia procurar um banco de praça para sentar, mas vivo querendo o sofá de camurça roxa que espreitei pela fresta da porta. Eu poderia querer o hambúrguer produzido em série na lanchonete americana, mas a refeição estrangeira que se apresentou ao meu olfato passando por detrás da porta me apetece mais. Meu destino é resolver cubos mágicos e enigmas em busca de um pouco de paz, alívio e conforto. Não sei se é bom ou ruim. Mas com certeza não é fácil.